Do pássaro que não pode voar - Você me ensinou a escrever

março 02, 2017

Do pássaro que não pode voar

"A insustentável leveza do não ser" (por Susano Correia)

Eu só queria morrer
Ou só queria viver, de fato, a vida?
Não sentir dessa maneira
Como se não houvesse saída

Eu queria estar feliz
E que a tristeza não me levasse assim
Numa hora morro de ansiedade
Por nada
Noutra, da depressão de mim

Eu sou a culpada
Eu não tenho coragem de me levantar
Mesmo os motivos se revelando o tempo todo
Nada parece me motivar

Nada do que gosto me ajuda mais
E permaneço a sucumbir
Queria poder fugir de todos
E ainda assim não estaria livre de mim

Por que temos de nos obrigar a viver
Servir um “deus” que nem sequer se importa com você?
Te coloca num mundo para sofrer
E você nem tem direito sobre o seu ser

Todos dizem que a vida é uma dádiva
Mas que dádiva ela é?
Te condena todo dia a morte
E a solidão no teu pé

A te seguir!
A te esperar!
A te sugar!
A te amar!

Mas, te conforma irmão
Que ninguém pode reclamar não
Temos de agradecer ao vão
Por esta tremenda maldição

Nem me venham com julgamentos
Já me obrigo todo o tempo
A tudo isto suportar
Não me permito a obrigação
De a todos agradar

Mais valia, já que o suicídio impossível
A possibilidade de nunca cruzar
Com ser-humano nenhum nessa terra
Ter sossego, ter meu lar
Só de quem amo cuidar

É pena que todo esse “luxo”
Me faz escrava do sistema
E todo dia tenho um poema
Para do lixo me salvar

O que seria de nós, não fossem os poemas
A arte e a magia
Essa doce esquizofrenia
Nos persegue feito gema

Tanto quero esta cena
Como queria me matar
Matar esta dor, esta alegria
Esse podre tamborilar

De um espírito que já retornou ao pó
E não tem pó nem pra chorar.

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