Seja feliz assim - Você me ensinou a escrever

abril 11, 2017

Seja feliz assim

Melô - Olho D'Água das Flores
Eu não quero parar de escrever, eu poderia escrever para sempre, falar para sempre, ouvir para sempre, andar para sempre, sentir para sempre. Eu só preciso de uma maneira de externalizar tudo de tão completo que eu sinto dentro de mim. Como na música: “para falar a verdade às vezes minto tentando ser metade do inteiro que eu sinto”... É tudo grande demais e amor demais. Me diz como colocar isso para fora? A demanda do mundo não é só amar, é ser. Sermos quem somos e o que temos de nós.
Entender que tu não és uma aberração, tu não és o desvio, só porque “aparentemente” nada contracorrente; se todos vão por aquele lado, deixa que vão, vai construindo teu caminho tu mesmo. O que te faz mal? Ser o que tu é, ou que os outros te façam acreditar que não é bom ser como és?  Há muito tempo me julguei uma aberração, e talvez seja, mas quem julga? “Aberração” é só um nome, como “louco” é só mais uma das nossas categorias infindáveis, a gente tem mesmo que dar nome aos bois, né? Aí é que está, me via estrangeira num mundo onde me mostrar implicava em assustar os outros, pois é, corremos esse risco. Só, que... andei pensando, o mundo também me assusta todos os dias com seus barulhos infernais e suas cantigas de gente normais. Então, vale a pena deixar de ser eu mesma por um mundo que já tenta de todo modo me anular? Bom... não culpemos o mundo, mais correto seria culpar... o que fizemos do mundo, pois como na outra música (“coincidentemente” do mesmo poeta) esse mundo não vale o mundo, meu bem.
Eu começo a pensar o quão saudável é perceber que eu não tenho problema nenhum, todo o problema era ver “porque tanta gente caminha dessa maneira e eu não caminho igual? ”, agora sinto o quão esse caminho diferente e peculiar faz parte do que eu sou e do que eu tenho de mim para ser.  As aberrações são só nomenclaturas de gente limitada que não conhece o que a diversidade da vida no Universo pode ser e É. Eu sinto muita tristeza e muita dor ao ver tanto amor e beleza serem vistos e interpretados como uma doença, tantas maneiras de se expressar, ou tantas maneiras de manifestação da natureza... tu não conhece, logo... tu tem que de alguma forma selecionar, categorizar, ancorar em algo já conhecido, senão fica desconfortável, e tu não sossega enquanto aquilo não puder ser nomeado, “compreendido”, e por não compreender completamente, assim tu impõe limites, ao que eu sou, ao que o mundo é e até mesmo ao que tu és. É difícil, o impossível devia ser relativo também, não é possível até que a gente descubra que é, mas não tratamos dessa maneira na maioria das vezes, nos confinamos no medo infinito do desconhecido, e dessa maneira deixamos cada vez mais o amor e a sabedoria de lado.
Precisamos dessa transmutação que nos trará novamente à vida. O chumbo que pesado e violento nos aprisiona, deve dar lugar ao ouro – luz brilhante nos levará a chama do voo infinito da mais pura profundidade para mais elevada altitude. Eis a nossa esperança.  Não deveria ser tão proibido, ser o que se é.… simplesmente. Por que incomoda tanto? Qual é o real problema? Você, “são” julga sua realidade mais verdadeira do que a da menina esquizofrênica. É de uma inocência que talvez a gente nunca entenda, a “fantasia” esquizofrênica. Será que na verdade, essa realidade que a gente vive também não é fruto da nossa imaginação, todas as evidências foram projetadas e criadas por você mesmo (e isso é possível), mas por que isso seria menos real? Não é aquilo que você vive, independentemente de qualquer coisa? Que medo é esse mesmo de ser quem somos? Nos ensinaram direitinho a como fugir até mesmo do mais íntimo que há em nosso espírito. Como enfrentar um mundo tão ir-real quanto nem eu mesma consigo perceber a veracidade da minha essência (transitória) e a minha realidade? É mesmo deprimente que exijam isso da gente!
Hoje eu pude perceber o quão belo e assombroso é ser o que sou, e nem por um segundo desejaria ser outra coisa. Não é à toa que me escrevo neste papel, e continuo todo dia a libertar... minha alma, meu espírito, e Oxalá!... Meus anjos e demônios dançam numa harmonia perfeita, sabendo que nunca abandonaria nenhum deles, ou que conseguiriam viver um sem o outro, os demônios abriram as cortinas, e os anjos fazem a festa, a luz de mim dança agora a falsa perfeita.


novembro de 2016

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