O que será o destino? - Você me ensinou a escrever

junho 03, 2017

O que será o destino?


Como será que ele se manifesta? Ela se perguntava ao olhar através do caminho andado e não encontrar os resquícios de suas escolhas. Não encontrava, porque a escolha não era dela. E ela não acreditava em destino, mas de alguma forma sabia que nem tudo estava sob o seu controle. Em algum ponto da vida, as circunstâncias bebem de uma fonte que não necessariamente era a de suas escolhas. Deve ser porque de um modo ou de outro, nossas escolhas sempre casam ou esbarram com as escolhas dos outros.
O mundo ao nosso redor não anda como andam os nossos pés, aliás, andam muitos pés sobre ele, é como querer que Deus atenda a todos os pedidos de uma vez, uma vez que nem Deus deve ter mãos suficientes para abarcar uma realidade tão grande. A realidade que é tão grande como ele. Acho que é isso, Deus não pode abraçar a si próprio. No mínimo, ele pode viver a si próprio, mas precisa de cada um de nós, e que cada um de nós o abrace. Deve ser por isso que ele nos criou. Que engraçado! Nascermos, eu você, de um sentimento de carência.
Antes que me contestem, ouvi dizer, por entre as paredes de uma velha igreja sem doutrina, que Deus jamais criaria leis as quais ele mesmo não pudesse se submeter. É isso aí, estamos todos em pé de igualdade. E é por isso que ele não se transformou naquele ser cruel que dizem por aí, aquele que castiga, mata e manda pro inferno. Talvez ele saiba que, num nível ou em outro, já vivemos no inferno, e seu/nosso melhor papel é na descoberta da sua grandeza em nós. Será que estamos prontos pra descobrir?
Então, eu falava do destino. Não sei até que ponto realmente temos alternativa. 
Sentimentos incontroláveis, amor sob vontade? Ilusões... Brincadeiras do universo, campo de falhas possibilidades. 
Nossas escolhas são tão reais quantos os efeitos de uma democracia, as alternativas não são nossas, mas somos responsáveis pela escolha que fazemos e pelos resultados dessa escolha. Somos responsáveis por cada erro daquele que elegemos. Do mesmo modo como somos responsáveis por cada passo que a gente dê, mesmo que os empurrões para caminhar por ali não tenham sido nossos. E quase nunca são.
O destino realmente não existe, mas está fadado a ter certa carga de força ao passo em que existimos num conjunto. Um conjunto de cargas elétricas sem eletricidade. Com a força desligada em nossos corações. Com todas as luzes acesas, e os fogos de artifício postos, mas por dentro, um reino de escuridão. 
Qual será a verdadeira escuridão?

2 de junho, 2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Lyllian Teles. Tecnologia do Blogger.

Contato

Nome

E-mail *

Mensagem *