Me asfixia essa impessoalidade
Me sacrifica o sangue e o coração
Minha própria ternura se sufoca, invade
O mesmo abraço, a mesma canção
A canção que meu peito vazio evoca
Perpetua o seu som
Respira alto, longe quanto uma gangorra
Gritando baixo feito kamikaze
Meu corpo treme em ebulição
Provoca cada célula evitando atenção
Evito a emoção me emocionando
E amando travo todas as trancas do
coração
Jamais deito no colchão se você deitar
E se não deitar, deito e me levanto
Com raiva, reverencio e ofereço o
desprezo
E com amor devoto a ti, como se não
cansasse
E não me canso.
Me canso apenas das súplicas que faço
E da águia me visita periodicamente com
suas asas quebradas
Por entre elas encontro-me reprimida num
canto
Canto onde guardo todas as notas
infindas dessa paixão
Paixão que morre e nasce fluorescente.
Anda sobre os cemitérios e as águas.
Rodopia vulgar, e não para.
Escolheu, mas não se decide.
Manda embora, e implora.
07 de junho de 2017.
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