I
O dia antes de
você chegar me parecia bonito,
mas era ainda
aquela beleza constrangedora que me deixava melancólica
e quase vazia,
cheia de um marasmo sem fim.
Eu jurava
admitir na vida um sentimento puro de maestria,
mas essa
maestria não me contemplava,
como hoje vejo o
que você completa em mim.
Me complementa
como o tempo e o espaço
universais e sem
embaraço, que D’eu’s se pôs a provar.
não é preciso
sequer palavras para explicar
todavia, poeta
que sou, me ponho a procurar.
Me remeteu, aquela
música
ao dia antes de
você chegar
parecia realmente,
escuro e sombrio
e eu, como diria
Gal, uma estrela vulgar a vagar.
No fundo do
peito o fruto parecia, de fato, apodrecer a cada dentada
mas quando você
chegou, logo viu, e me salvou que esta sentença não combinava
com minha alma, antes
coitada e perdida, agora anda agarrada
em tua mão, em
teu laço, em tua estrada.
II
A rotina que
existia já não propagava nenhum desejo primordial
ser alguém, um
modelo, um gênio, ou só profissional
não sabia,
mesmo, se ainda queria ser alguma coisa
ou se era alguma
coisa, enfim
meu dia, antes de
você, consistia em tomar feito crise a existência de mim
acreditava sim,
na vida, com gratidão pela beleza de um dia de sol
por amar a
família, a psicologia ou o rock n’ roll
sempre perseverante
e com a fé no amor,
mas jurava estar
tão distante dele, que
nunca chegara a
ser genuíno e morreria só.
Mas que sozinha
que nada, que foi só desprender das fantasias
e a vida me
trouxe você,
meu amor, meu
bem querer.
sem medo, sem
hesitação, nenhum platonismo ou mediocridade
Autenticidade é,
pois, o que temos para oferecer.
A rotina se
tornara outra, o sentido outro, a razão evidente
Eu, você e mais
ninguém.
Só a gente
fazendo a vida da gente.
III
Antes de você
chegar eu era uma garota no ônibus tentando me encontrar.
A aula era a
terapia que não tenho como pagar.
O grito vivia na
garganta, o segredo do universo vivo a me torturar.
A rotina sempre
vazia, e fria e sozinha.
Tinha bons amigos,
só.
E supostos
amores sem nenhuma reciprocidade.
Mas a inventava
como Cazuza inventava amores para se distrair.
Dizia ser
tedioso não amar, mas não sabia nem de longe...
o significado
que o verdadeiro amor poderia fazer surgir.
Eu pegava o
carro para universidade, sem rebolo, sem roteiro.
Eu chorava pelo
mundo inteiro, em desvario.
Não acreditava
sequer no caminho que havia de levar.
A vida parecia
bela, mas só porque tinha de aguentar.
Vivia como no
filme, um estranho no ninho...
Que ninho
caótico esse, uma loucura, uma responsabilidade, uma escolha,
“Uma mentira
contada pela liberdade... ”
“A escravidão dentro
do sistema...”
Eu só escrevia
poemas,
contava fantasias
que achavam elas
ser verdades
hoje eu te amo
vivo
e escrevo a
realidade.
IV
[É engraçado, mas pra
mim não fazia sentido
viver em objetivo
no dia antes de você chegar]
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